CONTRIBUIÇÃO DA SOCIOLOGIA PARA FORMAÇÃO DA CIDADANIA CRÍTICA
https://pontodidatica.com.br/o-que-afinal-e-formar-um-cidadao-critico/
INSTITUTO PEDAGÓGICO DE MINAS GERAIS-FACEL
JOSÉ LUIZ TEIXEIRA DA
SILVA
CONTRIBUIÇÃO
DA SOCIOLOGIA PARA FORMAÇÃO DA CIDADANIA CRÍTICA.
RIO DE JANEIRO- RJ.
Dez-2021
JOSÉ LUIZ TEIXEIRA DA
SILVA
CONTRIBUIÇÃO
DA SOCIOLOGIA PARA FORMAÇÃO DA CIDADANIA CRÍTICA.
Artigo apresentado ao Instituto
IPEMIG/FACEL como requisito parcial para conclusão da Segunda Licenciatura em
Sociologia.
RIO DE JANEIRO- RJ.
Dez-2021
SILVA, José Luiz Teixeira da. Contribuição da
Sociologia para a formação da cidadania Crítica. Rio de Janeiro: IPEMIG/FACEL,
2021. Segunda Licenciatura em Sociologia.
Resumo.
Este
artigo busca mostrar a importância da Sociologia para formação do cidadão
ético, crítico, conhecedor de seus direitos e deveres. A Ética é sem dúvida a precursora de toda e qualquer finalidade do bem
comum, da coletividade. O bem comum a ser alcançado. As virtudes nas ações no
ensino público e privado devem ter um equilíbrio para que busquem o progresso e
o desenvolvimento da Sociedade como um todo. A formação do povo, os conflitos e
as contradições devem ser esclarecidas e ter agilidade para resolver os
problemas, integridade, honestidade, a supremacia do interesse público sobre o
privado, a dignidade da pessoa humana, a transparência dos atos públicos, a
impessoalidade, moralidade, eficiência, desenvolvimento humano, respeito e equidade
no tratamento de forma universal. O estudo de conceitos fundamentais da
Sociologia pode influir de forma significativa para formação crítica dos
educandos auxiliando na inclusão de valores, compromisso com a transparência de
atos que sejam de domínio público e a ética nas ações praticadas por esses
educandos.
Palavras-chave:
Sociologia. Formação. Bem Comum. Desenvolvimento. Inclusão de Valores.
"A virtude moral é uma consequência do
hábito. Nós nos tornamos os que fazemos repetidamente. Ou seja: nós nos
tornamos justos ao praticarmos atos justos, controlados ao praticarmos atos de
autocontrole, corajosos ao praticarmos atos de bravura."
SUMÁRIO
1.Introdução...........................................................................................................06
2.Desenvolvimento.................................................................................................09
2.1-O
que é Sociologia?.........................................................................................11
2.2-Sociologia
aplicada à educação.......................................................................12
2.3-Sociologia
e a ética. ........................................................................................13
2.4-A
Sociologia e a formação do cidadão crítico................................14
3.Conclusão............................................................................................................15
4.Referências..........................................................................................................16
1. INTRODUÇÃO
O
conceito de Sociologia e suas conexões com outros conceitos como a Ética, a
Moral, as relações interpessoais, a humanização dos processos, a saúde, a
dignidade, o respeito a diversidade são muito importantes para entender a
influência do tema para auxiliar a formação da cidadania crítica e a
valorização da vida, meio ambiente. Respeitando o direito individual, mas
considerando em sua importância o direito coletivo, ou seja, o direito coletivo
prevalece sobre o direito individual. O interesse público prevalece sobre o interesse
privado. Para desenvolver o tema foram pesquisados assuntos pertinentes dentro
do Direito Administrativo, Direito Constitucional, Sociologia e definições que
explicitem a supremacia do direito público sobre o privado, o desenvolvimento
social e a importância das relações entre as pessoas. A importância do tema
está no contexto atual das relações sociais onde há racismo explícito e
implícito, na política, nos casos de corrupção, de mau uso dos recursos
públicos e nos casos de falência de Estados e Municípios. Onde o interesse
privado prevaleceu sobre o interesse público, e os acordos entre políticos
desonestos propiciaram caos na educação, na saúde, e nos demais serviços. Na
intolerância religiosa, no assédio moral e sexual e tantas outras mazelas sociais
que afetam o Brasil e o mundo. Para superar toda esta falta de conhecimento sobre
o que é cidadania crítica é necessário criar estratégias de ensino e
aprendizagem que possibilitem o educando a fazer boas escolhas, ser um cidadão
que colabore coletivamente, educado ao se posicionar perante os mais velhos,
que reconheça a importância do voto, que viva em harmonia com toda a sociedade
sem discriminações ou concepções radicais, nem ideologias toscas. Enfim, que
tenha o discernimento de fazer boas escolhas em sua vida, sem sofrer pressões,
com a consciência tranquila. “Os homens são bons
de um modo apenas, porém são maus de muitos modos” (Aristóteles, p.49). Do
livro Ética a Nicômaco.
Nas
obras aristotélicas, a ética é vista como parte da política que precede a
própria política, e está relacionada com o indivíduo, enquanto que a política
retrata o homem na sua vertente social.
Outra importante passagem do
livro Ética
a Nicômaco. “Há duas espécies de virtude, a
intelectual e a moral. A primeira deve, em grande parte, sua geração e
crescimento ao ensino, e por isso requer experiência e tempo; ao passo que a
virtude moral é adquirida em resultado do hábito. (pág. 40)”
Para
CHAVES (2017);
A racionalidade
ocidental, ao se ocupar apenas com as condições objetivas da realidade, nos
conduz a uma espécie de armadilha, pois ao ignorarmos as condições subjetivas, as
experiências singulares ignoraram também a potencialidade que está presente na
vontade de transformação social (SANTOS, 2007). Pelbart (2001) e Santos (2011)
nos propõem, nesse sentido, cavar e escavar a sociedade atual à procura de
alternativas que nos possibilitem romper com o poder e a cultura dominantes,
que produzem sofrimento e fazem com que vivamos uma existência precária. Nesse
processo, consideramos que a educação pode contribuir ao prezar pela formação
de sujeitos autônomos. Nesse sentido, a responsabilidade e potencialidade da
educação são reafirmadas à medida que, se forem pensadas na perspectiva da
emancipação, contribuirão para a ampliação da consciência (ADORNO, 1995).
(CHAVES, 2017, p.21)
A ética no serviço público
deve ser pautada pela moralidade e legalidade, o agente na função pública deve
restringir-se ao que a lei determina ou autoriza. Uma pessoa investida na
função pública deve fazer o melhor no seu campo de atuação, seja como servidor público
ou agente político. Quando se lê em jornais ou outros meios de comunicação que
há corrupção no serviço público, isto denigre a moral e despreza a ética e seus
valores. Os responsáveis devem ser afastados do serviço público e severamente
punidos para que não mais ocorram estes desvios éticos e morais.
Segundo FREIRE (2013 a);
Querer é fundamental,
mas não é suficiente. É preciso também saber querer, aprender a saber querer,
que implica aprender a saber lutar politicamente com táticas adequadas e coerentes
com os nossos sonhos estratégicos. O que não me parece possível é nada ou muito
pouco fazer diante dos descompassos terríveis que nos marcam. E em matéria de
contribuir para fazer o mundo, o nosso mundo, menos ruim, não temos por que
distinguir entre ações modestas ou retumbantes. Tudo o que se puder fazer com
competência, lealdade, clareza persistência, somando forças para enfraquecer as
forças do desamor, do egoísmo, da malvadez, é importante (FREIRE, 2013a p.166).
Para que o educando tenha
conhecimento de seus direitos e deveres, da cidadania plena, precisa conhecer
um pouco o Estado Brasileiro, sua história. A fase de Colônia, Império,
República Velha, para tanto a Sociologia faz este link da História comparando
os diversos períodos e a sociedade da época. No Império os bens do governo eram
confundidos com os do Imperador, o patrimonialismo[1]
foi levado para República, e muitos políticos seguem de forma ilícita este
entendimento.
Para
CHAVES (2017);
A instituição escolar
de forma articulada pode permitir a construção de conhecimento de forma
democrática e dialógica com a participação dos educadores e dos estudantes e
construir redes de ajuda, novas formas de conviver. Não nos preocupamos apenas
com o conteúdo ensinado, mas como está sendo ensinado e como as relações
inter-humanas se estabelecem no espaço escolar. Na articulação entre a prática
e os 173 referenciais teóricos adotados, confirmamos que toda prática se
sustenta, mesmo que não de forma consciente, em alguma teoria. Considerando a
potência de vida que existe nas aulas de Sociologia podemos afirmar que ela tem
incomodado. As forças regulação (SANTOS, 2011) têm atuado para sua extinção
primeiro por meio dos diversos projetos parecidos com o PLS nº 193/2016, que
defendem uma “Escola Sem Partido” (BRASIL, 2016a); depois via Medida Provisória
(BRASIL, 2016c), que propõe sua extinção enquanto Disciplina. (CHAVES,
2017, p.172-173)
Parece
o Estado Brasileiro (ou melhor os políticos que estão no poder) estar ainda com
esta visão deturpada da realidade atual, fazendo confusão entre os bens do
Estado e os bens do Gestor público. Esquecendo-se que a gestão Pública deve
atender os interesses da maioria da sociedade, o interesse público tem que
prevalecer sobre o interesse privado, a administração pública deve obedecer aos
seguintes princípios administrativos. A Legalidade, a Impessoalidade, a Moralidade,
a Publicidade e a Eficiência. Outro importante é a transparência nos atos
públicos para que o cidadão consiga se inteirar onde vai ser aplicado o
dinheiro público e se realmente está sendo aplicado corretamente. Aqui vemos o
princípio da Moralidade, ou seja, não basta apenas seguir a lei, qualquer
vantagem em razão do cargo, função, emprego ou mandato que seja indevida estará
sujeita à improbidade administrativa[2].
Exemplos que podem ser observados no contexto atual; adquirir bens acima do
valor de mercado enriquecendo pessoa física ou jurídica caracteriza o
superfaturamento. Outro fato que tem ocorrido corriqueiramente é a venda de
bens públicos abaixo do preço de mercado causando grande prejuízo ao erário público
etc. Fere a ética que apesar de não ser um princípio explícito fica implícita
sua observação no trato público.
Para
tanto estruturar a Sociologia como disciplina emancipadora vai depender do
interesse das forças políticas que detêm o poder, os aparelhos do Estado que
garantem o controle sobre a população. Assim para conseguir formar cidadãos
críticos e conscientes é necessário ter um currículo com viés democrático, com
participação dos diversos setores da sociedade, e não um currículo limitador
que os dirigentes possam influir no comportamento dos educandos retratando
posteriormente para toda a sociedade.
O
currículo escolar sempre terá uma intencionalidade, portanto para que este
currículo tenha disciplinas que auxiliem na formação do cidadão deverá ser o
mais agregador possível, que contemple os diversos setores da sociedade, e não
apenas o dominante.
A
Moral, a ética social e profissional, as virtudes e valores devem fazer parte
deste currículo, e nas disciplinas como filosofia, psicologia e sociologia. Sem
esta conotação somente servirá aos propósitos de manter este ou aquele
pensamento, sem fazer o educando refletir sobre o que é mais benéfico para toda
sociedade.
Segundo
CHAVES (2017);
Consideramos que temos
vários desafios a superar para, de fato, construir uma escola com a nossa
“cara”, que considere os anseios dos estudantes, professores e da comunidade. O
primeiro passo é pensar uma escola menos burocrática e que exerça autonomia. É
preciso construir, também, uma escola que garanta condições de trabalho ao
professor, o que pressupõe garantias de autonomia profissional, formação
continuada e valorização da profissão docente. É preciso construir uma escola
que dialogue com os estudantes, uma escola que respeite a diversidade e a
cultura local por fim, outro desafio a ser enfrentado é que a escola valorize e
articule atividades que considerem a cultura, o conhecimento e a ciência
(NÓVOA, 2006): A incapacidade para construir novos modos de trabalho pedagógico
para lidar com a diferença e a heterogeneidade promovendo ao mesmo tempo uma
cultura comum e partilhada, é uma das nossas principais dificuldades. Não se
trata, claro está, de aceitar tudo e de ser tolerante em relação a tudo. Mas
tudo deve ser compreendido e a Escola deve trabalhar com a diferença para
construir uma cultura comum. A Escola não serve para “separar”, serve para
“unir”, serve para criar as bases de uma vida em comum (p.122). (CHAVES,2017, p.169)
Portanto
a Moral é um dos princípios gerais e administrativos que melhor devem ser observados
no desenvolvimento de uma sociedade democrática. Que atenta aos interesses
coletivos de uma sociedade justa e solidária, e livre. Sem Moral o Estado e a
sociedade fracassam em atender o interesse público. Transforma-se em um grande
clube de interesses onde o que prevalece é o lucro fácil, o ganho sem trabalho,
a corrupção e a formação de quadrilha com a finalidade de se apossar das verbas
públicas para interesses estranhos à administração pública e a população fica
cada vez mais revoltada e de maneira errônea começam a achar que o errado não é
errado e o ilícito enriquece as pessoas, enquanto que os valores que importam são
esquecidos, como a ética. o bem estar coletivo, a dignidade, a verdade, a
solidariedade e tantos outros que devem ser cultuados diariamente.
Para Almeida (2007);
O relativismo cultural sugerido pelos estudos que
estabelecem uma relação entre cultura e ética contraria a visão deontológica
que defende um quadro estável de valores morais idênticos para todas as
sociedades em todo o mundo. Segundo Moon e Woolliams, a dimensão ética da
atividade empresarial tem especificidades culturais difíceis de evitar (Moon
& Woolliams, 2000) e os decisores devem estar preparados para compreender e
aproveitar essas particularidades inerentes à condição social da vida humana.
(ALMEIDA, 2007, p. 110)
Ao contrário, essa ênfase
renovada na ética das virtudes. Por tudo que foi exposto, percebe-se que a
ética se faz extremamente importante para que se tenha o mínimo de convivência
na sociedade.
2.
DESENVOLVIMENTO
2.1
O que é Sociologia?
Para Durkheim, a Sociologia
é, assim, a ciência que se ocupa dos fatos sociais. Já para Max Weber a unidade
essencial da análise social é a ação social, o comportamento humano. Enquanto o
primeiro se preocupava com o poder de coerção dos fatos sociais e com sua
natureza do coletivo, o segundo tinha seu foco sobre a conexão de sentido da
ação social, e sobre sua natureza relacional entre indivíduos, grupos e
sociedades. Durkheim se preocupava com os elementos sociais que existem para
além do indivíduo e das concepções individuais, Weber era voltado para o
sentido que os agentes dão às ações que realizam.
Segundo OLIVEIRA (2012);
É a partir das relações
sociais concatenadas que emerge a representação da existência de uma ordem que
é considerada legítima pelos sujeitos. A legitimidade dessa ordem pode estar
garantida, ideal-tipicamente, pela atitude interna – 1) de modo afetivo; 2) de
modo religioso; ou 3) de modo racional referente a valores – ou pelas
consequências externas esperadas. A vigência (também típico-ideal) dessa
legitimidade que é atribuída a uma ordem pode se dar em virtude de: 1) uma
tradição arraigada; 2) uma crença de natureza afetiva; 3) uma crença racional
referente a valores; ou 4) um estatuto em cuja legalidade os indivíduos creem,
que pode ser considerada legítima por causa de um acordo entre os interessados
ou por causa de uma relação de imposição e submissão. (OLIVEIRA,2012, p.300)
.
A existência das
contradições entre riqueza e pobreza, avanços tecnológicos, exclusão digital e
ignorância social gera um escândalo moral jamais visto. A ética do sucesso
continua reinando em muitas mentalidades e ações sociais. O mais importante é
levar vantagem em tudo. Não importam os graves problemas sociais, a crise
ambiental, as desigualdades regionais, o acúmulo de capital, a violência, o
preconceito social e tantos outros males que afetam os seres vivos. Essa crise
social também se manifesta na política, através de corrupção, clientelismo,
autoritarismo, oportunismo e tantas outras práticas de abuso de poder e
ganância irresponsável. O sujeito inteligente é o ‘esperto’, o bom
‘empreendedor’, aquele que sabe ‘levar vantagem’ em suas ações, custe o que
custar. A mídia normalmente reforça esse tipo de mentalidade.
Essa máxima tornou-se uma
fonte de inspiração e exploração do movimento político moderno conhecido como liberalismo.
A idéia de individualismo atômico também apregoa a responsabilidade e autonomia
dos indivíduos e que qualquer governante ou corpo dirigente deve se preocupar
prioritariamente em satisfazer as necessidades humanas.
2.2- Sociologia aplicada à educação
A relação do
estudo profissionalizante com o trabalho foi por muito tempo meramente
formativa e repetitiva para execução de tarefas sem se levar em conta a saúde
do trabalhador física ou mental, reproduzindo uma sociedade liberal capitalista
que não enxerga mais que a mão de obra e o lucro, ao contrário do que deve ser
a preocupação com a sociedade e com a qualidade do produto com preço razoável
para que a maioria da população possa ter acesso a produtos e serviços melhores
para o consumo responsável.[3]
Segundo Alves
(2017);
Percebe-se que
os processos de ensino eram repetitivos, maçantes, nos quais o aluno baseava-se
em material escrito para replicar o que já era feito e, caso cometesse alguma
falha, o seu instrutor estava ali para corrigi-lo e para exercer também o papel
de monitor das atividades executadas. O ato de corrigir estava relacionado à
forma como os aprendizes executavam suas atividades, sendo que o instrutor
indicava, quando necessário, o aprendiz a seguir a folha de trabalho,
verificando tão somente o desempenho do mesmo. Assim, “Educador e educando
haviam se transformado em capital humano. Capital que, recebendo investimentos
apropriado e eficaz, estaria apto a produzir lucros individual e social”
(SHIROMA; MORAES; EVANGELISTA, 2000, p. 36). Neste processo, não eram
apreciadas as questões morais, civis, argumentativas e ideológicas. O processo
simplesmente existia para que alguém aprendesse um ofício e nada mais. (ALVES,
2017, p. 25)
Não tinham noção de ética
social, da importância da solidariedade e colaboração no trabalho nem sabiam
que virtudes são todas as ações que trazem progresso e desenvolvimento a toda
sociedade, valorizando o ser humano tendo como a ética seu principal norteador,
visando o bem coletivo, o bem comum.
Para
Aristóteles, toda a racionalidade prática visa um fim ou um bem e a ética tem
como propósito estabelecer a finalidade suprema que está acima e justifica todas
as outras, e qual a maneira de alcançá-la. Essa finalidade suprema é a
felicidade, e não se trata dos prazeres, riquezas, honras, e sim de uma vida
virtuosa, sendo que essa virtude se encontra entre os extremos e só é alcançada
por alguém que demonstre prudência. As virtudes devem ser parâmetros para a sociedade democrática,
baseadas na transparência, na dignidade da pessoa humana, na valorização do
trabalho, na livre iniciativa, na solidariedade, na responsabilidade social e
fiscal, na qualidade do serviço público e privado e no bem comum.
2.3-
Sociologia e a ética
De tanto ver triunfar as nulidades, de
tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver
agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude,
a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.
Para
Aristóteles, toda a racionalidade prática visa um fim ou um bem e a ética tem
como propósito estabelecer a finalidade suprema que está acima e justifica
todas as outras, e qual a maneira de alcançá-la. Essa finalidade suprema é a
felicidade, e não se trata dos prazeres, riquezas, honras, e sim de uma vida digna
e virtuosa, sendo que essa virtude se encontra entre os extremos e só é
alcançada por alguém que demonstre prudência. As virtudes devem ser parâmetros para a
sociedade democrática, baseadas na transparência, na dignidade da pessoa
humana, na valorização do trabalho, na livre iniciativa, na solidariedade, na
responsabilidade social e fiscal, na qualidade do serviço público e privado e
no bem comum.
A teoria sociológica pode
ser entendida como uma filosofia que se preocupa, acima de tudo, com o bem-estar
geral da sociedade. Considera a sociedade formada pelos indivíduos, bem como
suas famílias, grupos, vizinhos e todas as relações interpessoais. O momento
atual, de globalização e do crescente aprimoramento tecnológico mundial, nos
remete a importância de tratar a ética à níveis universais, na convivência e no
tratamento entre os indivíduos e todos os ambientes,
O julgamento serve para
orientar quando os papéis dos indivíduos se conflitarem ou não houver quaisquer
princípios especiais para auxiliar em uma decisão. Aristóteles entendia que o
bom julgamento, denominado por phronesis, era produto de uma boa criação, uma
educação adequada.
Para LISBOA (2009);
Para ser ético pois, é
necessário ter algum tipo de fé. Isso não significa que se deve, necessariamente
possuir fé religiosa, mas que se deve acreditar em algum valor intangível, de
alto significado moral, como bondade, caridade, sinceridade, honestidade.
(Lisboa,2009, p.131)
O bom julgamento será
aprendido através da experiência, podendo ser estimulado, enfatizado e
praticado. Esse servirá na tomada de decisão que, muitas vezes, é uma tarefa
árdua pela falta de prática ou experiência que os indivíduos têm. Algumas regras
são desenvolvidas para facilitar a tomada de decisão, mas essas, sozinhas, não
são suficientes para todos os casos.
2.4-
A Sociologia e a formação do cidadão crítico
Acredita-se que o indivíduo
não deveria ser tão pontual ao definir a ética como sendo única e
exclusivamente um manual de como tratar o próximo com pequenas instruções do
tipo: ser honesto, respeitar o próximo, ter seriedade, dizer a verdade. Para
ser ético é preciso realmente fazer parte da sociedade, olhar a sua volta
buscando entender o contexto atual, a fome não é algo inevitável se cada um
colaborar com um pouco. A ética engloba todo um contexto social, o qual o
indivíduo não deve estar preocupado somente com a sua visão de comportamento
perante o próximo, mas sim perante todo o cenário no qual está inserido. Ou
seja, mesmo que fosse possível relacionar a ética aos princípios de vida
individuais, a partir do momento que o ser humano vive em sociedade, se faz
necessário uma preocupação com o bem comum e esta preocupação, por diversas
vezes fará o indivíduo deixar de ser fiel a si mesmo para ser fiel ao bem-estar
social.
3.CONCLUSÃO
Para ser um cidadão crítico,
a sociedade deve educar-se tanto de forma enciclopédica como emancipadora, que
vá além de entender a história, que vá além de saber seus direitos, seus
deveres, mas participar de reuniões que possam melhorar a vida de todos. Sem oprimir
um ou outro setor da sociedade. Para ser um cidadão crítico não basta falar o
que tem que ocorrer para as coisas melhorarem, tem que ter ação, vontade de
mudar, de forma organizada, emancipadora, assim quanto mais pessoas forem
cidadãos críticos e conscientes melhor tenderá ser a sociedade. Somente o
cidadão crítico, reflexivo e ativo pode mudar a realidade econômica e social do
lugar em que vive.
A ética será definida pelo
relativismo, onde as concepções são relativas, o indivíduo interpreta a
situação de acordo com o tempo, localização na qual o indivíduo estiver. O
objetivo maior do comportamento ético é a preocupação com bem-estar social,
tendo que o ser humano não vive isolado. A sociologia busca entender como as
sociedades se constituíram, sua base para o bem estar social e, portanto,
dentro da ética, das virtudes, da moral e de uma profunda reflexão dos cidadãos
quanto a ser solidário e colaborador para que a sociedade progrida como um
todo, relacionamento horizontal com povos e pessoas diferentes fazem o cidadão consciente
e crítico de forma inclusiva e acolhedora.
4.REFERÊNCIAS
ADORNO, Theodor W. Educação e emancipação. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995.
ALMEIDA, Filipe Jorge Ribeiro de. Ética e
desempenho social das organizações: um modelo teórico de análise dos fatores
culturais e contextuais. RAC, v. 11, n. 3, Jul/Set 2007: 105-125. https://doi.org/10.1590/S1415-65552007000300006
ARISTÓTELES, Ética a Nicômaco. Roteiro de estudo de filosofia.
Disponível em:http://www.albertosantos.org/A000e%20Arist%C3%B3teles,%20%C3%89tica%20a%20Nic%C3%B4maco.html.Acesso
em dez. 2021
ALVES, Adriano Rosa. NOVAS
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NOS CURSOS DO PRONATEC: ESTRATÉGIAS
METODOLÓGICAS. Mestrado. UNOPAR, 2017.
CHAVES, Silvana Maria. A POLITICIDADE DA EDUCAÇÃO A PARTIR DA EXPERIÊNCIA DE UMA DOCENTE DE
SOCIOLOGIA. Dissertação. Universidade Federal de São Carlos. Sorocaba.
SP.2017.
FREIRE, Paulo. Professora, sim; tia, não. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013a.
LISBOA, Lázaro Plácido. Ética Geral e Profissional em
Contabilidade. São Paulo - Editora Atlas S.A – 2009
MOON, C.,
& Woolliams, P. (2000). Managing cross-cultural business ethics. Journal of Business Ethics, 27(1-2),
105-115.
PELBART, Peter Pál. Poder sobre a vida, potência da vida. Lugar Comum. São Paulo, n.
17, p. 33-43, set. 2001.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Renovar a teoria crítica e Reinventar a
emancipação social. São Paulo: Boitempo, 2007.
SANTOS, Boaventura de Sousa. A crítica da Razão indolente. São
Paulo: Cortez, 2011.
SHIROMA, Eneida Odo; MORAES, Maria Célia
Marcondes de; EVANGELISTA, Olinda. Política educacional. Rio de Janeiro:
DP&A, 2000.
[1] Patrimonialismo é um conceito desenvolvido pelo sociólogo alemão Max Weber (1864-1920),
no fim do século XIX, e aplicável tanto à disciplina de história quanto à
sociologia. Esse conceito tem o objetivo de compreender um modo específico de
dominação, ou de poder, que atinge as esferas econômica e sociopolítica. Como o
próprio termo indica, patrimonialismo deriva das palavras patrimônio e patrimonial e pode ser definido como uma concepção de poder em
que as esferas pública e privada confundem-se
e, muitas vezes, tornam-se quase indistintas. Assim sendo, um líder político é
qualificado como patrimonialista quando, ao assumir um cargo na esfera pública (o
de governador, por exemplo), acaba “instrumentalizando”, isto é, criando
mecanismos de controle, a estrutura estatal para satisfazer as suas
necessidades pessoais, ou seja, privadas. Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/politica/patrimonialismo.htm
[2] A improbidade administrativa é definida como uma conduta inadequada, praticada por
agentes públicos ou outros envolvidos, que cause danos à administração pública.
Previstas na Lei n. 8.429/1992, conhecida como Lei de Improbidade Administrativa (LIA). De acordo com o artigo 37 da
Constituição Federal, as penas para quem pratica atos
ímprobos contra a administração podem ser: perda dos bens ou valores acrescidos
indevidamente ao patrimônio, devolução
integral dos bens ou dinheiro, pagamento de multa, suspensão dos direitos políticos, perda da função pública e proibição de contratar com o Poder
Público ou receber
benefícios ou incentivos fiscais, ainda que por intermédio
de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário. Fonte: https://www.politize.com.br/improbidade-administrativa-como-afeta-politica-brasileira
[3] O Consumo Responsável é um conjunto de hábitos e práticas que fomentam
um modelo de desenvolvimento comprometido com a redução da desigualdade social
e dos impactos ambientais. Busca melhorar a produção, distribuição e aquisição
de produtos e serviços, incentivando as práticas colaborativas. É a vivência de
atitudes éticas para a construção conjunta de um novo panorama social,
econômico e ambiental. Fonte: https://consumoresponsavel.org.br/carta-politica
Comentários
Postar um comentário